Impressões de uma neófita no futebol

Impressões de uma neófita no futebol

Fui assistir a uma partida de futebol. O estádio estava lotado. Estávamos eu e o Atlético da Silva, meu amigo. Às 4 horas em ponto entraram no gramado 3 homens de calções pretos e blusas amarelas. Descobri que eram os árbitros, antes juízes. O do meio ficou no meio mesmo e os outros dois, cada um de um lado do campo, com uma bandeirola nas mãos. Nesse momento toda a torcida começou a gritar – “Ladrão, ladrões, sacanas!” Não entendi nada. Se eram ladrões porque não estavam presos? Ou estavam no programa de ressocialização de detentos?

Um homem numa cadeira de rodas rodava de cá pra lá. Atlético da Silva me disse que era o técnico de um time que ia jogar. O jogo começa. A bola vinha ora para um lado, ora para o outro. Não achei muito interessante. Liguei o rádio. Até parecia um outro jogo. Emocionante. O locutor, numa certa hora, disse: “O técnico poderia tirar aqueles dois pernas de pau do time. Eles não fazem nada!” Pudera! Não entendi. O técnico cadeirante, 2 jogadores com pernas de pau. Era jogo do Brasileirão ou da Paraolimpíada? Chamem então o Bernardinho... (de muletas).

O árbitro do meio apitava e fazia gestos: ora levantava os braços, ora apontava horizontalmente, ora indicava o gramado. Acho que era linguagem cifrada... Os outros dois árbitros pululando pra lá e pra cá. O locutor grita: “Carrinho, carrinho, deu carrinho!” Mais tarde berra de novo: “Carrinho, carrinho, seu juiz!” Mas, muito tempo depois, fala contente: “Que linda bicicleta de Fulano! Valeu o ingresso!” Que ingresso? Não me devolveram nada. - “Ô Silva! Que negócio é esse? Ele resmungou qualquer coisa. O engraçado é que não vi nenhum brinquedo em campo. Que jogo maluco!

Tempos atrás, um jogador, Didi, brindava o torcedor com folhas-secas. O que alguém iria fazer com elas? Leônidas, o Diamante Negro, dava lindas bicicletas, brinquedo caro! O que muito me intrigou foi o locutor dizer que um jogador, Éder, tinha um canhão no pé esquerdo. Não seria mais óbvio um pé no canhão? E dá pra entender futebol? Aí a bola entra naquela casinha com três paus e uma rede (até parece música) assim dizia Kafunga, grande goleiro. Era o tal do gol.

A torcida de camisa preta e branca explodiu de alegria, dançando e cantando um hino que me pareceu bonito, mas não o escutei direito. Vou pesquisá-lo. O jogo continua. O árbitro fazendo gestos, os outros dois pululando e o jogo termina. Uns tiraram as camisas suadíssimas e as deram para os adversários lavarem, com certeza.

O locutor comenta: “O time da camisa preta e branca poderia ter feito um placar elástico.” Coisa difícil. Espichar um placar de ferro ou coisa parecida não é para qualquer um. Tarefa para Super-homem.

Comentando a possibilidade de 1 gol disse o narrador: “A bola beijou a trave e não entrou.” Como não entendo bulhufas de futebol, ajudem-me:

Opções:
1 – a bola não entrou onde?
2 – ela deveria entrar?
3 – para que a bola deveria entrar?
4 – quereria ela um encontro íntimo?

Faça um x na opção certa.



Obrigada, Mariza. Novembro/2010

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